terça-feira, 7 de setembro de 2010

Item número 22 do artigo sobre o SUB

 22. 1997, “A Era Vargas”, de Maria Celina D’Araujo, editora Moderna LTDA de São Paulo.
“Em decorrência do realinhamento do Brasil aos Estados Unidos, foram assinados acordos comerciais visando à aquisição de material bélico para a modernização do exército brasileiro, velha demanda dos militares. Finalmente, em 1941, um acordo com os Estados Unidos estabeleceu a venda de minerais estratégicos em troca de equipamento. Segundo o que está minuciosamente relatado no diário de Vargas, eles resistiram a dar o apoio militar prometido temendo as reais intenções dos chefes militares brasileiros, sabidamente com preferências nazi-facistas. Por outro lado as autoridades brasileiras resistiram muito a ceder nossas bases militares no Nordeste e aceitar a presença dos soldados estrangeiros no país. Mas lentamente, graças à pressão norte-americana o alinhamento foi se tornando um caminho sem volta. Em 27 de julho de 1941 Vargas aceitou fazer concessão a PANAIR para que construísse e melhorasse os aeroportos do Nordeste por onde passariam reforços ingleses para o norte da África e norte-americanos para Java, Filipinas e outras regiões da Ásia.”(página 56).
“Em suma até 1940 o Brasil ainda resistiu a uma aproximação mais cerrada com os Estados Unidos, embora estivesse em marcha um alinhamento lento e gradual com Washington. Rapidamente, contudo, o Estados Unidos firmaram suas posições nos países latino-americanos, e isso foi promovido por negociações multilaterais e bilaterais e conferências como a de Havana em 1940 e a do Rio de Janeiro em 1942.(...) em seu diário, por exemplo, Vargas narra minuciosamente de que forma percebia em sua reflexão pessoal e privada as mudanças que se operavam no tocante à inserção do país no mundo da Guerra. Para ele, do ponto de vista do Brasil e da América Latina, pouca coisa poderia ser considerada como conquista de soberania. Apesar dos esforços que desenvolvia para que o país se equiparasse a uma nação forte, com autonomia, e apesar mesmo de acreditar que pudesse fazer algo nesse sentido, Getúlio acabou concluindo que pouco sobrara dentro das diretrizes norte-americanas. Era com tristeza visível que admitia falta de alternativas para o país a não ser, segundo ele, fazer concessões aos norte-americanos. A concessão das bases foi por ele percebida como uma imposição, com um resultado que independeu de escolhas. (...) o continente americano tinha um dono, mais forte do que ele imaginava.”(página 57).

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