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| Quadrado do Picoral e Chalé (foto tirada de "Zepelin"?). 1934 (?). |
A Paróquia (página 20)
“No início de 1927 foi criada pela arquidiocese de Porto Alegre a paróquia da Colônia de São Pedro, sendo a mesma entregue a Congregação dos Missionários da Sagrada Família, juntamente com o cuidado da paróquia de Torres. Naquele tempo Torres não oferecia estrutura básica nem espiritual nem material, para sediar a paróquia. Naquela ocasião moravam na pequena vila de Torres um pouco mais de duas dezenas de famílias não muito ligadas à Igreja. Por isso os padres preferiram estabelecer se na Colônia de São Pedro, onde havia mais religiosidade por parte dos colonos e também bastante terras para hortas, roças e potreiro para as vacas de leite e os animais de celas, o único meio de transportes naquele tempo.”
Na página 22: “Em 1942, com a segunda guerra mundial, os padres, por serem alemães, tiveram ordem das autoridades civis para se retirarem do litoral, que era considerado, em tempo de guerra, uma área estratégica, sendo por isso favorável para uma possível espionagem, coisa, até certo ponto, considerada ridícula.”
O Colégio (a partir daquilo que se encontra na página 27)
Os padres alemães entre 30 e 40 fizeram duas tentativas de criar um colégio de freiras, inclusive com 2º grau. Para isso recursos financeiros e disposição é que não faltaram, mas o colégio não saiu. Na sede do município havia apenas um grupo escolar sem sede própria.
Foi no início da década de 30 que o prefeito de Torres, José Krás Borges tentou invadir Praia Grande-SC, sob a alegação de que aquele território na realidade era parte do município de Torres-RS. A tentativa como se sabe, não deu certo, embora, geograficamente, os estudos realizados indicassem que a divisa era realmente pelo rio do Sertão, conforme Monografia e crônica dos professores, respectivamente, Dante de Laytano e Ruy Ruben Ruschel.
O Picoral (página 42)
“Quantos ainda se lembram do Grande Hotel Picoral localizado em Torres, no local onde hoje está o edifício da S.A.P.T.”
“(...)Picoral gostava do progresso incentivou vários projetos, como na década de 30, quando introduziu aqui no município a suínocultura e apicultura, entre outros.
Os padres alemães da colônia foram os grandes divulgadores destes dois projetos. Principalmente o da apicultura. Os padres, sobre a orientação de Picoral, que eu conheci em suas constantes visitas a colônia, possuíam um apiário modelo, instalado racionalmente com aparelhagem das mais modernas, fornecido por Picoral, que também forneceu um técnico apícolas para devida orientação. (...) O mel jorrava em tal quantidade que o comércio não tinha condições de absorvê-lo. Quantas vezes eu tratava os porcos com o mel que tinha azedado (...).
Como podemos ver José Antonio Picoral,(...) viu-se injustiçado por circunstâncias políticas que o envolveram por ocasião da segunda guerra mundial quando o seu empreendimento em Torres foi subjugado por interesses pouco recomendáveis.
Seu complexo hoteleiro, seus sonhos turísticos, tudo enfim, foi desarticulado, encerrado em 1941, definitivamente, suas atividades.”
O Zepelin (tio Gino) (página 48)
“Anos depois tio Gino alertou:
- Em tal dia de junho vai passar por aqui um grande balão chamado Zepelin.
Alertado o povo, inclusive pelos padres alemães de nossa paróquia, não houve mais surpresa, nem tumulto, mas expectativas.
No dia 29 de junho de 1937 era dia de festa de São Pedro e São Paulo. A praça estava lotada de gente. Às 11 horas da manhã lá estava ele, o Zepelin. Com o nome de Hindenburg, belo e majestoso, para admiração de todos. Meses mais tarde, o Hindenburg, nome dado pelo seu inventor, o conde Von Zepelin, ao grande marechal, retornava da Alemanha para os Estados Unidos. Ao chegar à cidade de Filadélfia, bateu na torre de atracamento, a quarenta metros de altura, incendiando se e matando dezenas de pessoas.”
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