sábado, 29 de agosto de 2009

Segundo Hotel e outras coisinhas...


O SEGUNDO HOTEL FAMILIAR
Agitação, crime, espionagem, negócios, mistérios e morte em Torres na década de 1920.
Numa escrivinhação anterior abordou-se o Hotel Familiar, provavelmente o primeiro hotel de Torres, final do século XIX ou início do XX.
Pelo que se pode deduzir das informações de Ruy Ruben Ruschel o segundo Hotel Familiar funcionava o ano todo. Em setembro de 1922 hospedou a tripulação do primeiro avião que aterrissou em Torres na Praia Grande e época de eleição (1924), um agitador político (maragato). O proprietário deste estabelecimento de hospedagem era um italiano chamado Ludovico Teló cuja esposa Irene (ou Inês) teve um caso com o delegado de polícia da época, João Freitas de Oliveira, que foi acusado de ter mandado matar o hoteleiro. Consta que o crime teria ficado impune senão tivesse havido providências de José Antonio Picoral, também hoteleiro, que solicitou intervenção de autoridades superiores.
O delegado acabou condenado, juntamente com a esposa do hoteleiro Teló, tendo cumprido pena na Casa de Correção em Porto Alegre. O casal teve duas filhas, uma delas nascida na prisão e outra (ou a mesma) teria chegado ao cargo de Desembargadora. Também se afirma que um filho do delegado contraiu matrimonio com uma filha de Irene (ou Inês).
Os irmãos Paulo (já falecido) e João Daloli forneceram valiosas informações que auxiliam aproximar quando ocorreu a morte do italiano Ludovico, final da década de 1920, pois tiveram uma irmã mais velha batizada pelo delegado João Freitas de Oliveira. Segundo os irmãos Daloli o delegado João Freitas de Oliveira teve armazém no bairro Petrópolis (Porto Alegre) e no Passo de Torres-SC, nos dois armazéns o escritor Érico Veríssimo foi cliente.
Teria o segundo Hotel Familiar alguma relação com outro primeiro Hotel Familiar, o de Adolpho Guilloux? Sabe-se que Adolpho Guilloux iniciou suas atividades hoteleiras bem antes de Picoral e que faleceu na capital do estado em 1918 e em 1917 onde possuía um armazém na rua Dr.Timóteo. O Hotel Familiar de Ludovico Teló seria também anterior ao Hotel Picoral? Estas perguntas poderão ser respondidas por futuros pesquisadores que se interessarem pelo assunto, que foi tocado (de leve) por Guido Muri Remembranças de Torres – as vivências de uma comunidade (páginas 26, 27 e 28 – O Crime do Delegado) e por Eduardo Festugato em Torres de Antigamente – crônicas e memórias (páginas 104/108 – O caso Zeló).
24 de maio de 2009.
João Barcelos
joaobarceloss@hotmail.com
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O texto sobre o Primeiro Hotel foi Publicado em Jornal local: A FOLHA, de 26 de abril de 2008;
E o texto do Segundo hotel, este, foi publicado no mesmo jornal em 22 de agosto de 2009.

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