sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Cultura em Torres-RS


INCURTURA E INGNORANÇA

“Jamais conheci, em todo o Brasil, um povo e um lugar tão atrasado como Torres”.

Infelizmente Torres não pode se orgulhar de sua cultura e de sua erudição, muito pelo contrário, pois a incultura e a ignorância perpassa, como uma linha vermelha, até mesmo os diversos textos culturais escritos a seu respeito. Incultura e ignorância muitas vezes geradas por estes próprios textos, principalmente aqueles produzidos pelo poder público municipal, como é o caso de um, com o timbre da Prefeitura: “A MAIS BELA PRAIA GAÚCHA”, especialmente quando fala da chegada dos italianos no Município. Antes tivesse abordado as causas e conseqüências da chamada Revolução Federalista, no Município, pois talvez não tivesse cometido erro tão grosseiro.
Grosseria repetida num documento distribuído pela Secretaria Municipal da Cultura e pela “Casa da Cultura” (“CASA DA TERRA”) de Torres, com o título de “História do Município de Torres”, felizmente sem citar o seu mais ilustre pesquisador, Ruy Ruben Ruschel, o que não ocorreu, infelizmente, no caso anterior.
Outro documento com o título “LENDA DE TORRES”, também de responsabilidade do poder público municipal, consegue olvidar o caso do falado “HOMEM SECO” da Igreja São Domingos, assunto, por muitos tido como lendário, que permanece vivo na memória de um grande número de pessoas, especialmente dos mais velhos e que até agora não foi devidamente estudado e explicado.
No programa “Eleições 2000” da TVE, um pesquisador universitário, em plena “Semana Farroupilha”, não menciona nada sobre a Guerra dos Farrapos em Torres, mesmo sabendo que a produção iria ao ar no dia 20 de setembro, quando se sabe que Torres esteve por duas vezes sob o poder dos Farrapos e que Bento Gonçalves da Silva e Davi Canabarro passaram por Torres em mais de uma oportunidade. Já que cometeu tamanha insensibilidade histórica poderia ter mencionado a passagem de Saint-Hilaire, de Dom Pedro I e Dom Pedro II, mas não, pulou do século XVIII para o século XX, quem sabe, como fazem alguns pesquisadores, para não mencionar a “Revolução de 1893/1895”, apesar de uma força republicana de 2000 homens ter estacionado em Torres, por vários meses, entre o final de 1893 e os primeiros meses de 1894, cometendo muitas “estrepolias”, fuzilamentos, degolas e torturas, fatos ainda não seriamente pesquisados, como o caso do simpatizante maragato JOSÉ RODRIGUES DA SILVA.
Assim não dá. Assim não dá para se espantar porque o Padre José Silva, por ter manifestado simpatia pelo Espiritismo, quando foi embora, tenha afirmado: “Jamais conheci, em todo o Brasil, um povo e um lugar tão atrasado como Torres”, principalmente agora que o erro sobre a vinda dos italianos para Torres começa a aparecer em emissora de rádio, na INTERNET e, pasmem, até mesmo em livro, como é o caso de “A SAGA DAS PRAIAS GAÚCHAS” (De Quintão a Torres)- Mais de um Século de História, de Leda Saraiva Soares, evidentemente levada a erro pelos textos de responsabilidade da Prefeitura Municipal de Torres.
Torres, setembro de 2001.

João Barcelos da Silva.
joaobarceloss@hotmail.com
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